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sábado, 25 de abril de 2009

INVENÇÃO PARA UMA VIAGEM DE SONHO - Para Doroni Hilgenberg


INVENÇÃO PARA UMA VIAGEM DE SONHO

( para Doroni Hilgenberg)
http://www.overmundo.com.br/banco/invencao-para-uma-viagem-de-sonhos-para-doroni-hilgenberg
Julio Rodrigues Correia · Manaus (AM) · 2 · 25/4/2009 17:57 ·

Num campo de margaridas
onde manhãs estivais
pastam silentes
evoquei o silêncio do sonho
e os alicerces da memória
e me vi plantando esperanças
à beira do rio de minha infância,
caminhei pelas alamedas da vida
cataloguei palpitações e desencantos
e me coloquei no caos das ruas
das cidades masculinas
(cruéis e desumanas)
entupidas de homens sem rostos.

E nesse vadiar de sonhos
dividi os gomos de minhas angústias
com as madrugadas insones,
vi a rosa do povo romper o asfalto
e nascer impávida e bela
humanizando a rua,
vi pessoas apressadas
( carregando suas cruzes)
fugir para Pasárgada,
ouvir de um velho poeta
que o amor é eterno
enquanto dura.

E meus passos alcançaram
o caule da aurora
e via a estrela da manhã
apagar seu lume
quando o sol rompeu
a vidraça do quarto
e me despertou
da aventura onírica.
Júlio Rodrigues Correia

sobre a obra
Este poema é dedicado a poeta Doroni Hilgenberg que veio de tão longe e abraçou a Amazônia como sua segunda terra. Também presto homenagem aos divinos poetas, Thiago de Mello, Drumond, Manuel Bandeira e Vinicius de Moraes.
Faço alusão de suas obras nas entrelinhas do poema.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

ENTRE FOGOS & ARTIFICIOS


ENTRE FOGOS & ARTIFÍCIOS

Os descontentes ladram
até ferir a garganta
mas a caravana passa
contando vitórias...

Trem da alegria
colarinhos brancos
cabide de emprego
banqueiros sem escrúpulos
marajás e empreiteiros
rei d(r)o gado e tudo o mais.

E entre fogos & artifícios
a caravana passa... e passa!

Que importa!
o inocente que se perca
o pobre que se lixe
a criança que se dane
o velhinho que se vire
e o doente que se mate!

Doroni

MATA VIRGEM


MATA VIRGEM

Ouça por entre os vastos arvoredos
No silêncio da mata verdejante
Uma brisa tão suave entre os galhos
E o mais belo cantar da passarada.

Ouça a magia da mata virgem
Ao entardecer ou mesmo à noitezinha
Os gênios se encarregam de uma festa
E os pirilampos são estrelas ambulantes.

Ouça...já ouviste esta bela melodia
Entre os galhos das palmeiras e dos pinheiros
Ouça, como fazem uma orquestra em sintonia
Com os gênios e os duendes da floresta.

Ouça, este rugido tão distante
Vibrando na solidão da mata virgem
Será leão, será um tigre ou elefante?
Será um gênio que se passa por gigante?!

Ouça o eterno rio que murmurante
Segue seu caminho entre curvas e depressões
Despejando imensas águas cristalinas
Na cascata como mágicas canções.
Doroni

SAUDADE


SAUDADE

Ah!... que vontade
de ficar sozinha
esquecer as coisas
que afligem tanto
isolar-me enfim
num cantinho amigo
e fazer versos
para ser feliz.

E no silêncio
que é tão sagrado
escutar o canto
dos canarinhos
sentir saudade
e chorar baixinho
ao ouvir seu nome
que a brisa traz.

E quando a noite
embalar meu sono
e a meiga lua
acariciar meu rosto
pedir a Deus
a sublime graça
de encontrá-lo
na eternidade.
Doroni

PRIMEIRA MULHER


PRIMEIRA MULHER

Bendita sejas tu ó Eva
entre todas as mulheres
por teres repartido
o fruto proibido
com o homem primitivo
e por nos ter legado o amor!

Embora expulsa do paraíso
tu não te arrependestes
amar não é pecado!

E apesar de sentires
todas as dores
deste mundo imperfeito
tu te fizestes mãe,
te fizestes vaidosa,
te fizestes rainha
e até hoje és musa!
Doroni